"...tenho em mim todos os sonhos do mundo..."
(Clarice Lispector)

sexta-feira, 18 de março de 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

CRÍTICA: Fagundes faz a diferença em ‘Insensato coração’

Fonte: patríciakogut.com Enviado por Patrícia Kogut 13.03.2011 | 10h10m
Mesmo quem está há anos no teatro e na televisão e possui uma ficha corrida de bons serviços prestados às plateias tem suas modulações. Antônio Fagundes não é diferente. Vem sendo uma alegria acompanhar o trabalho dele em três produções no ar atualmente: em “Insensato coração”, como Raul; e em “Vale tudo”, como o Ivan, e em “O rei do gado”, como Bruno Mezenga, ambas no Viva. Nestas novelas dá para perceber a entrega e o prazer dele em cena. Tudo isso fica ainda mais valorizado pelo fato de o ator ter atravessado um mau pedaço recentemente em “Tempos modernos”, de Bosco Brasil. O projeto como um todo não deu certo, a história era fraca e pretensiosa. Fagundes carregou Leal, um dos principais personagens, até o fim sem fazer feio. Mas esbarrou na impossibilidade de fazer bonito. Parecia desanimado em cena. Agora, na trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, dirigida por Dennis Carvalho, ele está em grande forma novamente. Raul é totalmente positivo, trabalhador, se aferra às suas convicções morais. Não se trata de um sujeito elástico: recusa concessões, não alivia para o filho (Léo/Gabriel Braga Nunes) e dispensou um casamento que era mais ou menos com Wanda (Natália do Vale). O empresário, agora falido, é alguém que todo espectador já conheceu um dia na vida. Raul — pelo seu texto e pelo trabalho do ator — é um dos troncos da novela. Em “Insensato coração”, muitos personagens têm uma “escada”. A de Camila Pitanga é Paloma Bernardi; o de Hérson Capri, Eduardo Galvão; Tamara Taxman cumpre este papel hoje para Glória Pires, na próxima prisão será outra atriz. Fagundes conta com Cláudio Tovar, o advogado Borges. O ator e bailarino, talvez iluminado por seu colega, vem surpreendendo no melhor sentido. A novela das 21h tem alguns núcleos que precisam de um reforço. Certamente não este.

terça-feira, 15 de março de 2011

CRÍTICA/Os crimes da TV

Rio, 15 de março de 2011 Fonte: patríciakogut.com Enviado por Patrícia Kogut - 12.03.2011 | 09h09m
Não à toa, “Law & order” e seus derivados estão no ar nos EUA há muitos anos. A qualidade dos roteiros é tal que mesmo o freguês mais assíduo fica invariavelmente surpreendido com os desfechos dos episódios. O formato básico se repete — ele inclui a mesma trilha que surge marcando a hora agá em que o crime em questão está sendo desvendado — mas trata-se de repetição com frescor e isso não é necessariamente um paradoxo. Porém, uma coisa é o assinante não se cansar de ver mais do mesmo. Outra é o festival de reprises que o Universal Channel promove. Todas as temporadas são reapresentadas ad nauseam ali, seja de “Law & order”, seja de “House”, “The good wife” etc. Se as séries entram de férias, a solução mais honesta não seria adquirir outros programas inéditos, variar? Justiça seja feita, o Universal tem a seu favor o fato de sua programação não ser um empilhado de atrações organizadas no automático. Dá para entrever uma mão humana por trás de tudo. Além disso, eles produzem o “What' s on?”, que é muito bom, e, finalmente, suas traduções têm bastante qualidade. Não se pode dizer o mesmo do Sony e do Warner. Esta semana, o Sony apresentou pela enésima vez o mesmo episódio de “Desperate housewives” e esse é só um exemplo. No quesito legendas o que eles fazem é vergonhoso. Às vezes, deixam a impressão de que as traduções usadas são aquelas, automáticas, obtidas via internet. Nem sinal de uma mão humana folheando um dicionário.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Terry O'Quinn, o Locke de 'Lost', voltará à TV em drama da ABC

Rio, 14 de março de 2011 FONTE: patríciakogut.com Enviado por Florença Mazza - 11.03.2011 | 08h10m
Terry O'Quinn, o John Locke de "Lost", vai estrelar um piloto da ABC. O ator foi escalado para "Hallelujah", drama de Marc Cherry que se passará no estado americano do Tennessee. No programa, a cidade de Hallelujah estará dividida pelas forças do bem e do mal, até que tudo mudará quando um homem misterioso chegará ao local, levando justiça, paz e fé aos moradores. Jesse L. Martin, Frances O'Connor e Arielle Kebbel, que fazia "Vampire diaries" , também foram escalados para o piloto.

domingo, 13 de março de 2011

O verdadeiro Príncipe Encantado

A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura paixão ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem a que se muda para nossa casa ao fim de três semanas e planeia viagens idílicas do outro lado do mundo. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar conosco. Tão simples assim. Às vezes demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma um homem vulgar no nosso príncipe é ele querer ser o homem da nossa vida. E há alguns que ainda querem. Os verdadeiros Príncipes Encantados não têm pressa na conquista porque como já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo. Ouvem-nos com atenção e carinho porque querem se habituar à música da nossa voz e entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar. Podem parecer menos empenhados ou sinceros do que os antecessores, mas aquilo a que chamamos hesitação ou timidez talvez seja apenas uma forma de precaução para terem a certeza que não vão se enganar. O Príncipe Encantado não é o namorado mais romântico do mundo que nos cobre de beijos; é o homem que nos puxa o lençol para os ombros no meio da noite para não nos resfriarmos ou se levanta às três da manhã para nos fazer um chá de limão quando estamos com dores de garganta. É o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. Não é o que diz Te Amo, mas o que sente que talvez nos possa amar para sempre. Não é o que passa metade das férias conosco e a outra metade com os amigos; é que passa de vez em quando férias com os amigos. O Príncipe que sabe o que quer, é o que olha todos os dias para nós, mas o que olha por nós todos os dias. Que quando está cansado fica em silêncio, mas nunca deixa de nos envolver com um sorriso. Não precisa do carro do ano, basta-lhe uma música best para ouvir no carro. Pode ou não ter moto, mas tem quase sempre um cão. Cozinha o básico, mas faz os melhores ovos mexidos do mundo e vai à padaria num feriado. O Príncipe é um Príncipe porque governa um reino, porque sabe dar e partilhar, porque ajuda, apoia e nos faz sentir que somos mesmo muito importantes. Claro que com tantos sapos no mercado, bem vestidos, cheios de conversa e tiradas poéticas, como é que não nos enganamos? É fácil. Primeiro, é preciso aceitar que às vezes nos enganamos mesmo. E depois, é preciso acreditar que um dia podemos ter sorte. E como o melhor de estar vivo é saber que tudo muda, um dia muda tudo e ele aparece. Depois, é só deixa-lo ficar um dia atrás do outro… e se for mesmo ele, fica. ( “Onde reside o Amor”, de Margarida Rebelo Pinto)